A Garota Misteriosa
Era apenas mais uma manhã ensolarada, onde o céu vestia e se encobertava de azul, e o calor fervia o chão, algo típico do verão. Estava seguindo minha rígida rotineira vida escolar, tinha amigos, mas a solidão, o solipsismo era o meu modus operandi dominante.
Tudo seguia normalmente, o rebanho continuava sua simples e robótica existência, sempre atrás da linha vermelha, nunca questionando nada, exceto aquilo “justo” do mesmo. Uma pergunta sempre tomava conta do meu consciente nessas horas aflitas: “Não existe nada além deste plano material? Algo além dos sensos, e da insignificância da vida?”, mas não havia-se uma resposta objetiva, apenas um silêncio ensurdecedor da ortodoxia.
Entretanto, depois de tal reflexão, algo havia começado a conspirar e tomar ação. A sala a quem eu estava, seus muros de concreto começaram a se despedaçar, e os céus se rasgaram do lençol azulado, sentia-se uma atmosfera desconhecida, pesada, tomando conta do ambiente. É como se o mundo e a realidade que conhecia estivesse sendo desintegrada, apagada.
É então, um cenário pós-apocalíptico havia se manifestado, uma revelação. A minha frente, uma garota desconhecida estava à minha frente, virado de costas para mim, olhando através da grande fenda no prédio o horizonte desolador. Confuso e caído no chão, ouço uma voz ecoar no meu ouvido esquerdo, dizendo: “Siga a garota e encontrará a saída da matrix”, e repentinamente, tudo retornou ao normal, eu estava na minha carteira, e todos da minha sala estavam olhando para mim, julgando o porque deu estar com aquela cara de espanto a mais de cinco minutos.